“Não há nada com relação ao caráter dos homens que seja mais surpreendente ou inexplicável do que esta parcialidade a favor de si próprios que se observa em muitos deles; e não há nada mais melancólico que se possa refletir acerca da moralidade, virtude e religião.
[...] Daí que muitos homens parecem ser completamente alheios ao seu próprio caráter, revelando uma auto-ignorância e autoparcialidade nos mais diferentes graus. Salomão observou isso sub uma luz intensa quando disse: “Aquele que confia em seu próprio coração é um tolo.” Essa é, também, a razão por que o preciso “Conhece-te a ti mesmo” foi tão freqüentemente inculcado pelos filósofos antigos. Pois, se não fosse essa consideração parcial e carinhosa que temos por nós mesmos, decerto não seria difícil conhecer nosso próprio caráter, e muito menos haveria qualquer dificuldade em julgar corretamente nossas próprias ações. [...] Existe claramente, na generalidade dos homens, uma ausência de dúvida e desconfiança, em grande medida, no tocando ao seu caráter moral e comportamento, assim como uma disposição de dar como certa a crença de que tudo está bem com eles no que diz respeito a isso.”
Palavras de Joseph Butler, em 1.776.
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