Castro Alves foi quem traduziu a poesia "O Junco e o Cipreste", do escritor chileno Guillermo Gana, que retrata um diálogo entre a planta flexível e a frondosa árvore conífera.
O poema foi citado hoje na Palestra "Redação Forense e Elementos da Gramática", do Prof. Eduardo Sabbag, que numa indicação metafórica diz que ou seremos "juncos", suscetíveis às influências externas, ou "ciprestes", em sua pujança impassível.
O JUNCO E O CIPRESTE.(D. Guillermo Gana (tradução de Castro Alves)
Ao Lúgubre cipreste em voz plangenteO junco melancólico dizia:— Que triste sorte a minha!Ergui-me tão alegre e tão contenteQuando a alvorada vinha!E já sem força e já sem energiaCurvo a cabeça... E lânguido e sozinhoSinto que vou morrer. Ah! por que a sorteDando-te vida, só me guarda morte?
E o cipreste dizia:A dor foi sempre eterna,Mas a fortuna só perdura um dia!
E o junco respondia:Em ti simbolizaram a tristeza,Em mim somente o aneloDos que no amor esperam.Como é que nunca dobras a cabeça,Nem a raiva das chuvas e dos ventosA cor sequer te alteram?
Daqueles que de tudo desesperamPara lembrar a lúgubre aflição,Só existe uma cor, disse o cipreste...E se jamais tu visteCurvar minha folhagem para o chão...É que desprezo o mundo baixo e tristeE mergulho a cabeça n'amplidão.
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