Observando os acontecimentos destes últimos dias de campanha eleitoral, o comportamento das pessoas, a reiteração das velhas práticas eleitorais, a verborragia de parte a parte, me lembrei de um dos livros do Mario Sergio Cortella ("Qual é a tua obra?", Ed. Vozes).
Acho o título um soco no estômago para quem consegue interpretá-lo. Ponto alto nesta obra são as abordagens sobre ética. Numa das crônicas, sob o título "Os outros de nós mesmos", Cortella se refere a "gente arrogante" dizendo (acho que já citei aqui no blog):
"Gente arrogante é gente que acha que já sabe, repitamos. Gente arrogante é gente que acha que já conhece. Gente arrogante é gente que acha que ela é o único tipo de ser humano válido que existe. Gente arrogante se relaciona com o outro - por conta do dinheiro que carrega, por conta do nível de escolaridade, por conta do sotaque que usa - como se o outro não fosse outro. Fosse menos. Isto apequena a vida e apequena a alma, se se entender a alma como a sua identidade.
Gente arrogante é incapaz de prestar atenção. Você está dialogando com o arrogante, ele não presta atenção no que você está falando. Ele fica pensando enquanto você fala. Ele não quer nem saber o que você está falando. Ele só está esperando você parar para ele continuar falando. O arrogante esquece uma frase do grande teólogo catarinense Leonardo Boff, que diz que "um ponto de vista é a vista a partir de um ponto". A ética, entre outras coisas, nos obriga a perceber a multiplicidade de pontos de vista. O arrogante acha que só tem um ponto de vista que vale: o dele."
Genial a frase sobre o ponto de vista. E curiosamente veio justo do Leornardo Boff... Devia ser melhor aproveitada, em todos os momentos, deixando de ser mera retórica.
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...é a eterna disputa dos "eu sou melhor do que vc". Na prática não olham pr os que realmente importam nesta briga nojenta, o POVO (se bem q este povo quando se deixa iludir e conduzir igual gado não pode reclamar muito)
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