quarta-feira, 16 de junho de 2010

Cenas da Cidade. Porto Velho.



Nossa cidade continua com graves problemas. Podemos por pra correr daqui jornalistas que ‘ousam’ falar da cidade; podemos produzir belas imagens em propaganda institucional; podemos alardear as maravilhas do PAC (já em sua segunda versão!); podemos reabrir discussões públicas sobre as compensações pela construção das usinas; podemos dar milhares de entrevistas anunciando vários “conjuntos de obras”.

Ainda assim nossa cidade está doente. Observem o trânsito, o número de acidentes, a forma como as pessoas dirigem seus veículos. Uma secretária municipal anunciou meses atrás a aplicação imediata de recursos das compensações na sinalização de trânsito. Em que pontos da cidade foram instaladas essas “milhares” de placas? E o saneamento básico? Continua em 3%? E os agentes de fiscalização de trânsito? E a fiscalização da lei seca?

Acaba parecendo que é bem mais fácil referendar um projeto de lei para incluir uma garrafa de cachaça na cesta básica.

Nos anos oitenta eu tinha residência na Av. Brasília, curiosamente nas proximidades da EMDUR (Desenvolvimento Municipal). A rua era asfaltada e o asfalto teve que ser retirado para rebaixamento das galerias de águas pluviais. Concluída a obra, passou muito tempo e nada de asfalto. O comentário era de gozação: único lugar em que tiravam asfalto em vez de asfaltar.

Hoje tenho residência num edifício que fica na esquina das ruas Getúlio Vargas e Abunã (Joaquim Araújo Lima). Há alguns meses o morador de um imóvel situado na Abunã, entre a Rua Getúlio Vargas e a Rua Salgado Filho, fez um encanamento que passa por debaixo da calçada (!) e despeja líquidos de forma contínua no leito da rua. Tapou a saída do cano com uma madeira, como se vê nas imagens, e a água então passa a correr acompanhando o declive da Abunã e entra pela Getúlio Vargas em toda a extensão do Edifício. Se aquilo não for água de esgoto, de fossa, então não sei o que se passa naquele imóvel. O asfalto em frente ao prédio está destruído, pois a água despejada na Abunã se acumula em sua passagem até a boca de lobo e há muitos buracos. Houve, evidentemente, um estreitamento da rua, por conta dos buracos em sequência, o que tem dificultado a passagem de dois veículos ao mesmo tempo. A calçada está toda danificada também. E o cheiro é absurdo. Nem o canal nas proximidades fede tanto. Quem hoje entra no prédio tem a mesma sensação de quem andava nas paralelas da Av. Mamoré, próximo à BR 364, onde os urubus fazem a festa com as carcaças de animais que são despejados em plena rua. E pior: as águas são despejadas dia e noite e parte delas já fica estagnada nos buracos. Um imenso foco de doenças que as autoridades dizem estar combatendo.

Triste é observar a velha acomodação de sempre. Bem que a jornalista Eliane Brum, da Época, podia voltar a Porto Velho...






 
 

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