domingo, 20 de setembro de 2009

O desconhecimento do outro. Amigos. Pense nisto...


A partir de uma conversa voltei a pensar sobre a apreensão que me causa a humildade exagerada em algumas pessoas. O excesso leva à falta de naturalidade e, pior, de sinceridade, pois sempre parecem estar visando algo certo.  Hipocrisia, pois, mesmo que as pessoas não a admitam, sequer interiormente, como tal. Tem a ver com o raciocínio que fazemos sobre o caráter alheio e que não admitimos seja feito sobre o nosso caráter. Bertrand Russell disse sobre isso:

Se a todos nós fosse concedido o poder, como num passe de mágica, de ler a mente uns dos outros, suponho que o primeiro efeito seria que quase todas as amizades se desfariam. O segundo efeito, entretanto, pode ser excelente, pois um mundo sem amigos seria sentido como intolerável, e nós teríamos de aprender a gostar uns dos outros sem a necessidade de um véu de ilusão para esconder de nós mesmos que não nos consideramos uns aos outros pessoas absolutamente perfeitas. Sabemos que nossos amigos têm suas falhas, e que apesar disso são pessoas de um modo geral aprazíveis das quais gostamos. Consideramos intolerável, no entanto, que tenham a mesma atitude conosco. Esperamos que pensem que, ao contrário do resto da humanidade, nós não temos falhas. Quando somos compelidos a reconhecer que temos falhas, tomamos esse fato óbvio com demasiada seriedade.

Claro que são exceções, mas ocorrem, e quanto a tais pessoas a verdade é que se todos soubessem o que dizem uns dos outros "não haveria quatro amigos no mundo. Isso se vê pelas querelas que provocam as indiscrições ocasionais".
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