O Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do Eixo em 28/01/42, fato que foi anunciado ao final da Reunião de Chanceleres do Rio de Janeiro e tornou os navios brasileiros alvo de ataques dos submarinos alemães. Nos sete meses seguintes cerca de 34 navios brasileiros foram torpedeados na costa do País, causando centenas de mortes.
Foi decretado Estado de Beligerância em 22/08 e em 31/08 Estado de Guerra contra a Alemanha e a Itália. Depois de muitas negociações sobre o envio de um contingente brasileiro à frente de combate, com a insistência do Presidente Getúlio Vargas junto ao Presidente Franklin Roosevelt, em agosto de 1.943 finalmente foi estruturada a FEB – Força Expedicionária Brasileira, sendo nomeado como seu Comandante o General Mascarenhas de Moraes.
Em 30 de junto de 1.944 rumou à Itália o primeiro contingente de tropas brasileiras.
A campanha da FEB na Itália durou exatamente sete meses e 19 dias, sendo que a missão mais importante foi a Tomada do Monte Castelo. Muitos foram os feitos, muitas são as histórias de 25.334 brasileiros que foram levados ao cenário de guerra.
Pelo Decreto nº 6.097, de 15/12/43, foi criado o Quadro de Enfermeiras do Exército, no Serviço de Saúde, cujo objetivo era a formação de enfermeiras militares. Aberto ao voluntariado, as candidatas foram submetidas a Curso de Adaptação, sendo que ao final 73 enfermeiras foram convocadas para o serviço ativo do Exército na condição inicial de Enfermeiras de 3ª Classe com remuneração de 2º Sargento, logo em seguida “promovidas” a 2º Tenente.
Nobres voluntárias, compartilharam com os soldados brasileiros o dia-a-dia da Guerra. Dedicaram-se a salvar o próximo. Dentre elas estava Virgínia Leite, a Tia Santa, que foi a primeira mulher paranaense a se alistar como Enfermeira para servir FEB durante a Segunda Guerra Mundial.
Sobre Santa Leite há muito que dizer.
Chamam de Canção do Expedicionário, mas também de Hino. Como canção é belíssima e desde criança me emociono ao ouvi-la. Como hino, é um tributo a essa brava gente que fez História. Sempre fiquei a imaginar todos eles nos campos de guerra gelados da Itália, tão longe de suas casas, e essa parte do refrão ecoando: "Por mais terras que eu percorra, Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá":
Você sabe de onde eu venho ?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!
( ... )
Você sabe de onde eu venho ?
E de uma Pátria que eu tenho
No bôjo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacarandá,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.
( ... )
Venho do além desse monte
Que ainda azula o horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.
Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da Cruz !
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:
Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.
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